terça-feira, 10 de novembro de 2009

Pedágios

10 novas praças no roteiro das praias paulistas ainda este ano: sorte do Seu Bené, que só usa a Via Dutra.

Sir William Wack – em reportagem sociológica que foi ao ar há uma semana – e depois, o sheik Tonico Ferreira, nesta segunda, 9/10 (sutil como um Philip Glass), pagaram seus respectivos pedágios pela passagem dos 20 anos da queda do muro de Berlim, essa arenga insuportável à qual só o Estadão (além da minha antiga casa acima citada, as Organizações Globo) continuou se dedicando, nesta terça-feira ensolarada de supermercados lotados (dia 10), em que o perdão a Geyse Arruda foi anunciado pelo Uniban Victoria Institute: sim, a moça de minissaia apedrejada por um bando de jovens mal orientados sexualmente.

Como todas as efemérides, na sociedade da informação, o assunto do muro tornou-se banal e cansativo, além do óbvio chute no cachorro morto do stalinismo, quando o socialismo, de fato (de Allende a Bachelet, por exemplo), já se transformou tantas vezes, como, aliás, o próprio capitalismo, nisso incluídas todas as versões anteriores ao Windows 7, entre elas, a rapinagem dos súditos de Sua Majestade nos quatro continentes – sobretudo na Índia e na África – e o genocídio indígena que fundou a nação mais poderosa do universo.

E por falar em pedágio e em nação poderosa, o grande irmão foi saudado, na semana passada, com mais esta pérola do comediante mal-humorado, Arnaldo Al Jabor, segundo o qual, em terra de macho, até os crimes são pra valer, coisa de cowboy, nada de pouca porcaria. Ele se referia à chacina praticada pelo major palestino Malik Nadal Hassan, às claras, de peito aberto, em pleno Fort Hood, Texas (EUA), sem tergiversação ou rebolados, como Jabor referiu-se, creio, à criminalidade local, que segundo ele, só se manifesta por baixo dos panos, coisa de corte portuguesa, merecedora de nojo e desdém.

No caso do comentarista, aliás, o pedágio é recíproco: do enteado virtual de Nelson Rodrigues à Casa que serviu de abrigo ao original, e desta mesma casa ao referido enteado, que precisa depositar a sua frustração (de não ser o original), diariamente, no mesmo vaso. Que Alá dê vida longa ao velho garoto de Copacabana, mas, como entertainment, eu prefiro o brother judaico-brazuca Luciano Hulk, que no dia seguinte à descarga do jornalista-cineasta no Jornal da Globo (sexta à noite, 06/10), trouxe de volta ao seu programa, no sábado, o impagável Seu Bené do Laranjão cantando Only You e fazendo coro com Martinho da Vila em Deixa a Tristeza pra lá. Benedito Vitor Junior, 51 anos, fretista em Barra Mansa-RJ, não tem nada de cowboy, mas cantou Only You como um dos Platters (http://www.youtube.com/watch?v=qivEZLjeAlg&feature=related)

Ainda sobre pedágios, achei bacana a entrevista do Caetano ao Estadão, por acaso, na véspera de seu show em São Paulo, tirando o fato de que o abre da capa o deixou parecido com o Dr. Júlio Mesquita. E por falar em Estado de São Paulo, aqui vai um pedido ao governador José Serra: no ano passado e este ano, tive que ir várias vezes a Bauru, perto de Botucatu, onde, nesta semana, começa a funcionar um novo posto de pedágio, alí explorado pela Rodovias Tietê, controlada pela Caio, do Felipe Massa, que já tem uma Ferrari. O valor dos pedágios dessa viagem (São Paulo-Bauru) é R$ 42,10. A passagem de ônibus custa R$ 60,65.

Fora isso, a F. de São Paulo publicou, no dia 19/08/2009, a seguinte notícia: Rota do Litoral Paulista deve ganhar ao menos 10 pedágios
(
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u611763.shtml).
Pergunto: - Governador, como é que o senhor pretende chegar a Presidente, com todos esses pedágios? – Pense nos fretes do Seu Bené.

Foto de Seu Bené: Felipe Vieira, Diário do Vale, 31/10.

Nenhum comentário:

Postar um comentário