segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Si vis pacem para bellum


A frase não me ocorreu por causa da sublimação de Barak Obama, ao receber o Nobel da Paz, nem por conta do meu antigo professor de Latim, Aníbal Campi – que a adorava – e que se parecia muito, fisicamente com o Berlusconi antes da agressão de ontem (13). Aliás, não pretendo incitar à violência, mas não resisto a imaginar se o Brasil seria o mesmo se o Maluf, nosso maior símbolo da corrupção, tivesse sido, um dia, alcançado por um projétil de média distância, como a estatueta que interrompeu o comício do premiê italiano ou os sapatos do jornalista iraquiano Al-Zadi. Será que os rorizes e arrudas continuariam se proliferando no Planalto, a ponto de ameaçar a nossa espécie, como atualmente?

Embora não tenha comprado e lido (ainda) Os Americanos, de Antonio Pedro Tota, recomendado pelo Mattew Shirts, não resisto a imaginar quem ou o que plantou o argumento naquela mente harvardiana: uma frase tão antiga e tão singela para uma ocasião tão solene. Meio metro abaixo, imagino a perplexidade de uma platéia que supostamente consegue perceber a complexidade de questões como a do Oriente Médio, o que acontece no Afeganistão/Paquistão e que já ouviu falar de traficantes russos de armas norte-coreanas, de guerrilheiros colombianos e favelas cariocas. Eu daria o meu discurso para o Roberto Godoy (competente especialista em Defesa) copidescar. À minha volta, até a CNN começa a discutir a ética dos Predator (foto), as deadly offensive weapon in america’s war against terrorism.

A Veja desta semana tentou explicar a gaffe intelectual do camarada Obama (considerado socialista nos EUA), mas eu não vejo a revista (seguindo o conselho do título) com esse fim, senão para me atualizar quanto ao novo código sexual dos adolescentes inscrito nas pulserinhas amarelas com glitter, roxas, vermelhas e pretas (as melhores) que o Serginho Groisman certamente vai comentar em suas madrugadas pop (página 87 da edição desta semana).
No mais, o Flamengo de Andrade foi campeão brasileiro, mas o CQC flagrou um africâner ofendendo os trabalhadores negros que correm para finalizar as obras que vão dizer ao mundo que a África do Sul não é mais aquela e o trânsito continua matando mais do que o crime organizado: no último sábado (12), um garoto de 14 anos dirigindo um caminhão, atropelou e matou um outro, de 4, em Cidade Tiradentes, São Paulo. Sugestão de pauta de fim de ano para a Veja.

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