sábado, 11 de julho de 2009

O corpo e a mídia

André, você que está em férias e gosta do Tutty (desculpe os rabiscos), veja que boa coluna, publicada no Estadão no último dia 9, um dia depois que "a imprensa" perdeu a pista do corpo do Michael Jackson. Bom texto, mas o meu desfecho seria o seguinte:

Finalmente, um fã que gravava a cena do 28º andar de um prédio na Tompkins Square Park (O Diabo Veste Prada), descobriu que a limusine com o esquife desapareceu numa garagem da rua 42 East, de onde, em seguida, saiu um caminhão em alta velocidade, levando um containter vermelho na direção do JF Kennedy, onde - como eu soube mais tarde - um Airbus canadense esperava para trazer o astro, disfaçado de produtos importados da Inglaterra, para o ser enterrado anonimamente no Cemitério do Chora Menino.

Mas, André, não se preocupe, a "humilhação" não durou muito: no dia seguinte, "a imprensa" já tinha uma suspeita ou, pelo menos, uma hipótese não descartada de homicídio para justificar o balão. No mínimo, novos exames toxicológicos foram exigidos pela família (tudo sob segredo de investigação), o que também garantiria mais alguns dias de entertainement. Não era o Elvis que não tinha morrido?
PS Valeu, Hugo.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

A TV aberta faz sua parte

Retomando a discussão das novas mídias mencionada aí abaixo, ainda dá tempo de conferir Som e Fúria (TV Globo, 22 hs), adaptação do Fernando Meirelles – sempre forte, brasileiro e universal – da série canadense “Slings and Arrows”, lançada em 2003. (Susan Coyne, Mark McKinney e Bob Martin). A produção consegue falar de intolerância religiosa (o pastor convidado a encomendar o defunto Lourenço Oliveira podia ter sido copiado e colado desses programas evangélicos), desvios da administração pública, preconceito, obscurantismo e obstáculos à produção cultural no país melhor do que muito folhetim. Além, é claro, da divina comédia de dramas humanos – paixão, vaidade, frustrações, poder e glória – nos quais o autor usado como pano de fundo, o velho Sheakespeare, foi mestre.

Pouco antes, vi no Metrópolis da TV Cultura matéria corajosa sobre o site http://www.teatroparaalguem.com.br/, que faz teatro pela internet. O apresentador-repórter Cunha Jr entrevistou a idealizadora do projeto, Renata Jesion (que divide a autoria com o fotógrafo e também diretor Nelson Ka) e, logo depois, o ator Claudinei Brandão, dos meus amigos Parlapatões, que encena um dos espetáculos em cartaz. O site tem uma casa com três palcos (sala de e-star, sótão e grande sala) onde você assiste a peças e minisséries que pretendo ver em breve. Digo matéria corajosa não só por tratar de um veículo alternativo na TV aberta – que sofre a concorrência direta das novas mídias – como pelo conteúdo informativo e cultural da reportagem, que faz companhia para a minissérie tratada no parágrafo acima e para outras produções de interesse como o Profissão Repórter e o CQC do Tas que, aqui entre nós, poderia começar mais cedo.