quinta-feira, 16 de julho de 2009

Aconteceu? - Virou manchete.


O marketing viral – que os guerrilheiros chamam de viralzinho – às vezes se confunde com a guerrilha. Vejamos: um piloto de corrida vai jantar com seu carro de competição numa rua de restaurantes famosos. O manobrista (mecânico disfarçado) recolhe o veículo, a imprensa registra o fato e o retorno ao patrocinador está garantido. Cena 2: todo mundo que viu o moço passar pilotando aquele out-door ambulante vai comentar o fato com o vizinho. Você agrediu o consumidor em seu habitat, provocou surpresa e também o obrigou a sair falando da sua marca por aí. O que aconteceu nesse caso? –Guerrilha, viral ou ambos?

Ninguém que desenvolve alguma atividade criativa gosta de rótulos, mas falando de conceitos, o que me interessa é o ponto em que a marca vira notícia ou vice-versa, para tentar descobrir até onde o leitor-espectador-ouvinte-internauta percebe, admite, aprecia ou se cansa dessas práticas. Aí pode estar a chave que os meios de comunicação tentam decifrar – imprensa, inclusive – antes que a morte os separe do grande público. A essa esfinge devemos o recente tom mais coloquial do Bonner, o blog da Petrobras (e o recém-criado blog CPI da Petrobras), o novo Projeto Folhas e a campanha das moscas da Folha (e, claro, muito mais).

Exageros e juízos morais à parte, a Exame desta quinzena trouxe matéria sobre um vestível (tênis com chip) com amplo espaço à marca que pensou nisso primeiro. Quantos de nós vamos comprar um tênis com um microchip pregado no calcanhar é outra história. Na Coréia e no Japão, o celular com bafômetro rendeu páginas de “retorno”. No (meu) tempo das estratégias de Comunicação, criar uma promoção ou um produto com o único fito de chamar a atenção da imprensa era quase uma conspiração contra essa sólida instituição democrática. Hoje, isso virou baboseira. Interessa? – Virou Manchete. Mudou a mídia ou mudamos todos nós?

Considerando tudo isso - a guerrilha, o viral, o merchandising até no cinema, as casas de espetáculos e as rádios-marcas, as TVs do grande varejo, monitores de elevador, a persuação inconsciente etc, me ocorreu perguntar: - Alguém aí quer patrocinar uma conversa densa que pretendo ter com a minha mulher ainda esta noite? (ela tem um monte de amigas e está no Conselho do nosso condomínio, que tem assembléia marcada na semana que vem).

2 comentários:

  1. Bob
    essa conversa é boa e gera muita discussão. Antes de começar a falar nisso sugiro voce consultar o youtube e procurar o CrossFox / Stefanie. Se não viiu, veja. Se ja viu me diga o que acha: foi a VW ou um dos concorentes que "patrocinou" o viral.

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  2. Zé, pode ter sido a concorrência. Eu ficaria com o Cross Fox.

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