quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Voto atrelado à Reforma Política

A mídia é uma senhora interessante, mas orgulhosa. Portanto, ao difundir esta idéia – caso vocês concordem com ela – tenham cuidado: embora o apoio das filhas adolescentes dessa dama seja indispensável (as Redes Sociais), o dela é essencial. Mesmo que não seja, como diria Torquato Neto, bem antes de Caetano. Que me perdoem Bobbio, Blondel, Giusti Tavares, Reali, Santos, Lamounier e todos os demais estudiosos do tema, mas a idéia é simples: votamos nos candidatos que se comprometerem publicamente a aprovar uma reforma política cuja proporcionalidade nos represente, de fato, no Congresso Nacional.

Uma semana abençoada de trabalho impediu-me de colher depoimentos de especialistas – o que ainda pretendo fazer – em busca dos fundamentos de um projeto básico de reforma política e eleitoral que substituísse seus desfigurados antecessores, resultando numa fórmula facilmente compreensível por qualquer eleitor. Prometo trabalhar nisso, apesar da complexidade do tema, que não se esgota na sub-representação federativa de São Paulo, nem no debate sobre um parlamento unicameral, como pensa a maioria. Esta seria a pedra de toque capaz de vencer a enorme resistência que essa proposta irá enfrentar.

Além desse desafio, temos a pequena tarefa de mobilizar as pessoas num movimento semelhante ao das Diretas Já, que abreviaram a morte lenta da Redentora, nos anos 80 e o impeachment de Collor, nos 90. A quem esteve fora do país, durante a crise no Senado, ou quiser nos acusar de estar promovendo uma chantagem com a classe política, mostraremos alguns números levantados pelo amigo José Roberto Caetano e publicados na edição 949 da revista Exame (página 20) , que ainda está circulando, e que traz como destaque depoimentos de presidentes de empresas que ficaram sem bônus este ano. Os parlamentare brasileiros recebem cerca de US$ 125 mil de remuneração média anual, produziram 7.574 matérias com alguma relevância social no período de 2003 a 2009, 262 das quais foram aprovadas.


Obviamente, o jornalista não contabilizou os montantes envolvidos nos atos secretos (empregos, contratos etc), nem nas verbas indenizatórias, mansões no Lago Sul, apartamentos ocupados por serviçais dos parlamentares, combustível dos jatinhos, remuneração de parentes empregados nos gabinetes de parlamentares amigos, ou comissões pagas a intermediários na concessão de crédito consignado.

2 comentários:

  1. Bom eu topo participar, e quero ajudar, como fazemos

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  2. Mauro, ajude a difundir a idéia. Quando ela chegar à mídia ou a um grande número de pessoas, teremos massa crítica, quem sabe, para levá-la adiante. Outros amigos elogiaram a iniciativa, mas se mostraram céticos: -Quem garante que os eleitos vão honrar seu compromisso? - perguntaram. Não podemos pedir um cheque-caução no valor dos salários dos parlamentares, claro, mas a mídia pode cobrar. Roberto Pinto, 27/08, 13h30.

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